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Medicina

O que pode causar sangramentos no cérebro em jovens?


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Sangramentos no cérebro, um órgão nobre e responsável pelo controle dos movimentos voluntários e involuntários no corpo humano, são sempre vistos, ao menos a princípio, como motivo de preocupação.

Nesta semana, o caso da modelo e influenciadora Sthefane Matos, de 23 anos, que apresentou um pequeno sangramento cerebral, chamou atenção para o problema e suas possíveis causas.

De acordo com Carlos Alberto Mattozo, neurocirurgião do hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba, sangramentos no cérebro são geralmente caracterizados como acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico.

“Ocorre quando algum vaso sangra, é mais comum em idosos e é diferente do AVC isquêmico, que acontece por entupimento de veias ou artérias, prejudicando a circulação do sangue.”

Sthefane Matos ficou internada na UTI
Sthefane Matos ficou internada na UTI

Foto: Intagram | Reprodução / BBC News Brasil

Há, no entanto, outros quadros que podem provocar sangramento no cérebro de jovens. Entre eles:

– Aneurisma

O problema é caracterizado pela dilatação anormal de um vaso sanguíneo, uma consequência do enfraquecimento das paredes da veia ou da artéria. Geralmente, provoca grandes sangramentos, mas é possível ocorrer uma pequena hemorragia, considerada um “alerta”. O tratamento costuma incluir intervenção cirúrgica.

– Má formação arteriovenosa cerebral

Um problema congênito (com o qual a pessoa já nasce) de anomalia do sistema vascular, criando artérias e veias de diferente tamanhos, malformadas e que podem romper. A depender do quadro, o tratamento pode ser por meio de colocação de molas por cateterismo, radiocirurgia ou cirurgia convencional.

– Tumores

Alguns tipos específicos, como o cavernoma cerebral, causam alterações que levam a sangramentos. O tratamento depende das características específicas de cada quadro.

– Traumatismo craniano

Em jovens, trauma teria que ser grande para causar sangramento, diferentemente da consequência em idosos, que pode ocorrer por uma simples batida em uma porta, por exemplo.

Local e intensidade do sangramento determinam gravidade do caso
Local e intensidade do sangramento determinam gravidade do caso

Foto: Getty Images / BBC News Brasil

A neurologista Michelle Zimmermann, do Hospital São Vicente de Paulo, no Rio de Janeiro, explica que três fatores principais determinam a gravidade do caso: “O local onde ocorre o sangramento (se é uma área nobre como a parte que influencia a coordenação motora), o tamanho do sangramento e a causa que fez com que o sangramento ocorresse.”

No caso de Sthefane Matos, segundo vídeo publicado por ela, as causas listadas acima, consideradas de maior gravidade, foram descartadas após exames feitos durante sua internação na unidade de terapia intensiva (UTI). A influenciadora afirma que a suspeita é que o sangramento tenha sido causado por fortes crises de tosse que ela vinha sofrendo.

A hipótese, na opinião do neurocirurgião Carlos Alberto Mattozo, não exclui causas mais raras. “Ainda teria a suspeita de distúrbios de coagulação (trombofilias), vasculites e outras doenças raras, por isso a paciente precisaria continuar sendo acompanhado de perto por um neurologista.”

Sintomas de sangramento cerebral

O sintoma mais comum, aponta Zimmermann, é a dor de cabeça intensa e abrupta, mais forte do que as dores de cabeça que a maioria das pessoas experimenta no dia a dia.

No entanto, se o sangramento for grande ou em área nobre do cérebro, podem ainda ocorrer paralisação de uma parte do corpo, problemas de fala e dificuldade para enxergar e para engolir, desequilíbrio e tontura importantes. Na presença de um ou mais desses sinais, deve-se procurar ajuda imediatamente.

A pessoa deve ficar hospitalizada para uma investigação maior. Os profissionais de saúde podem pedir tomografia ressonância magnética, angioressonancia e angiotomografia, para ver, com mais detalhes, a situação das artérias cerebrais.

“Quando acontece em jovens, por não ser um padrão habitual, o paciente precisa ser muito bem investigado. Se a equipe médica não descobrir a causa, a pessoa precisará de, acompanhamento especializado frequente para tentar evitar novos episódios”, conclui Mattozo.

 

Terra.com.br

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